Embora distintos, o VMM (vírus do mosaico do mamoeiro) e o VMAN (vírus da mancha anelar do mamão) são chamados de vírus do mosaico do mamoeiro, pois apresentam sintomas parecidos, e hoje esse problema representa o principal motivo da cultura ser itinerante no Brasil. Essa movimentação da cultura pelo país se explica pelo fato de que plantas atacadas pela virose não se recuperam, sofre drástica redução no porte e na produção, podendo chegar até à morte, e por ser vírus, é persistente na área enquanto houver plantas e vetor. Então obriga-se procurar outras áreas para começar o cultivo do mamoeiro até que apareça o vírus novamente.

Vamos conhecer melhor essa doença e suas formas de prevenção?

Transmissão do vírus do mosaico do mamoeiro:

A transmissão do vírus mosaico do mamoeiro, em condições naturais, é feita por várias espécies de afídeos (pulgões). O vírus ocupa a planta de forma sistêmica, podendo, portanto, ser transmitido por inoculação em folhas, frutos e raízes. A semente e o látex não transmitem o vírus. A sua ocorrência é mais frequente e os danos mais severos nas estações frias do ano.

Sintomas do vírus do mosaico do mamoeiro:

As plantas afetadas pelo mosaico apresentam baixa produtividade, e os seus frutos podem tornar-se não atrativos para a comercialização no mercado interno. Os sintomas do mosaico do mamoeiro começam com o amarelecimento das folhas mais novas, e, posteriormente, clareamento das nervuras, enrugamento e mosaico das folhas (mosqueado), redução da lâmina foliar (sintoma conhecido como fio-de-sapato); aparecimento de estrias oleosas nos pecíolos e na parte superior do caule, bem como formação de anéis nos frutos e, como consequência, alterações em seu sabor e aroma.

E as medidas preventivas para o controle o vírus do mosaico do mamoeiro:

Treinamento de pessoal para reconhecimento das plantas com sintomas da virose, de preferência, o mais prematuramente possível;

Localizar o viveiro para formação das mudas, em áreas estrategicamente isoladas, distante de plantações antigas de mamoeiro e das demais plantas hospedeiras;

Utilizar sementes obtidas de plantas sadias para a formação de mudas, de preferência oriundas de pomares onde a doença ainda não tenha sido observada; 

Utilizar mudas sadias na implantação do pomar;

A cultivar Cariflora possui tolerância ao mosaico do mamoeiro;

Erradicar e/ou evitar o plantio abóbora, pepino, melancia, melão, melão de são caetano, berinjela, quiabo, algodão, couve, couve-flor, pimenta e repolho. Estas plantas favorecem a criação de pulgões; estes próximos a mamoeiros contribuirão para a disseminação mais rápida da doença;

Plantar em volta e entre as plantas do mamoeiro espécies não hospedeiras do vírus, como milho e Hibiscus; 

Fazer vistoria três vezes por semana, no viveiro e no pomar, erradicando as plantas infectadas;

Eliminar os pomares velhos e improdutivos, mesmo que não estejam infectados pela virose. O mesmo deve ser feito com plantas localizadas em fundos de quintais ou margens de estradas;

Desinfetar, periodicamente, com hipoclorito de sódio, os instrumentos de corte utilizados nos tratos culturais e colheita;

Fazer a rotação de culturas, utilizando plantas que não sejam hospedeiras do vírus;

Algumas medidas adicionais têm dado bons resultados, como a produção das mudas ou até o cultivo de mamoeiro em telados a prova de insetos.

Fique atento, observe suas plantas e faça adoção de medidas de controle adequadas – tais como práticas culturais, cultivares resistentes e uso racional de inseticidas -  e previna-se do vírus do mosaico do mamoeiro!

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Referências

https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/50852/1/Curso-Manejo-Doencas.pdf

https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/1036719/1/Cartilha04815DoencasMamoeiroHermesAinfo.pdf

https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/256911/1/PLANTARMamuoed032009.pdf

https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/910300/manejo-de-doencas-do-mamoeiro

http://www.ceinfo.cnpat.embrapa.br/arquivos/artigo_2307.pdf 

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