É permitido o uso de uréia em cultivo orgânico?

Quando se fala em adubação o que é comumente associado a isso é a utilização de fertilizantes químicos, como o caso da uréia. Será que esse mineral é permitido no cultivo orgânico? Leia este artigo especial no site ManejeBem e entenda como é a relação da uréia na agricultura orgânica. Acesse o artigo e conecte-se à Agricultura Sustentável!

A uréia é um dos fertilizante nitrogenado muito utilizado na agricultura e consiste do nitrogênio sintetizado do ar atmosférico, normalmente encontrado em grânulos, ou qualquer adubo que passe por processos químicos ou processamento industrial. Esses tipos de fertilizantes demandam um grande gasto energético para a produção, são super concentrados, solúveis em água e, portanto disponibilizados em grandes quantidades diretamente para as plantas. Parece ser bom, não é mesmo?


 


No entanto, na agricultura orgânica não são aceitas as fontes sintéticas solúveis de nitrogênio, como sulfato de amônia, uréia, cloreto de potássio, nitrato de potássio, salitre, supersimples, supertriplo, e outros. Mas qual seria a explicação para isso?


 


Primeiramente, na agricultura orgânica a adubação mineral é feita somente para a complementação da adubação orgânica. Considera-se que um solo rico em matéria orgânica é capaz de transformar os minerais existentes em formas assimiláveis pelas plantas. 


 


Além disso, os adubos químicos, altamente solúveis, são absorvidos muito rapidamente pelas raízes das plantas e isso causa desequilíbrio no balanço interno de nutrientes e ainda estimula uma expansão celular exagerada, fazendo com que aumente muito o teor de água no interior das células, ou seja, a membrana celular fica mais finas. Por consequência dessa expansão celular, as plantas ficam mais suscetíveis a ataques de pragas e doenças, com teor nutritivo reduzido e menos saborosas.


Esses minerais dissolvidos também atuam na acidificação do solo, podendo interferir negativamente nos microrganismos ali presentes. Outra questão a ser observada, é que parte desses minerais são lixiviado, em outras palavras, eles são lavados pela água da chuva ou irrigação e acabam chegando aos rios, lençóis freáticos, lago, causando um grande desarranjo no ecossistema pois estimulam o crescimento excessivo das algas o que reduz o nível de oxigênio da água.


Dependendo das condições climáticas, há ainda uma parte desses minerais que se evapora (em especial adubos nitrogenados - uréia e sulfato de amônio) que sob a forma de óxido nitroso ajudam na destruição da camada de ozônio da atmosfera.


Por essas razões, na agricultura orgânica não é permitido o uso de fontes sintéticas para adubação. Para suprimir as demandas nutricionais das plantas no cultivo orgânico, a matéria orgânica constitui a principal fonte de nutrientes, desde que isentos de contaminantes químicos ou biológicos. A matério orgânica pode ser originadas de: estercos de animais e aves, cama de currais, estercos líquidos, biofertilizantes, adubos verdes, tortas e farinhas vegetais, vinhaça, húmus de minhocas, restos vegetais e animais, compostos orgânicos, etc. Precisando de opções para a uréia por exemplo, a farinha de casco e chifres, a farinha de sangue e a torta de mamona, são importantes fontes de nitrogênio orgânico.


Fazer uma boa adubação orgânica garante ainda que seja colocado no solo micronutrientes, elementos que não são adicionados pelo simples uso de uréia. Os micronutrientes são considerados elementos de grande importância, não somente pelo seu papel na nutrição da planta, mas também por atuarem na defesa e resistência do vegetal contra condições adversas.


 


Resumindo, na adubação orgânica, com o passar do tempo, o solo fica mais vivo, as plantas menos suscetível às doenças, enquanto o adubo mineral fará a planta produzir de uma forma mais rápida, porém exaure o solo e fragiliza as defesas das plantas. Pense nisso!


 


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Referências


Adubação Orgânica de Hortaliças e Frutíferas - Instituto Agronômico de Campinas IAC - fevereiro de 2013 http://www.iac.sp.gov.br/imagem_informacoestecnologicas/83.pdf


Conferência científica da 13a IFOAM – Internacional Federation of Organic Agriculture Movements


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