Sistema de Cultivo da Mandioca

Mandioca, macaxeira, aipim ou castelinha, a mais brasileira das culturas, cultivada em todo o território nacional. Confira o sistema produtiva desta planta, assista aos vídeos para detalhes. Para mais informações, siga a @manejebem e compartilhe!

  


SISTEMA DE CULTIVO DA MANDIOCA


Mandioca, macaxeira, aipim ou castelinha. Considerada a mais brasileira das culturas, por ser cultivada em todo o território nacional, devido à sua rusticidade, à sua capacidade de produzir elevadas quantidades de amido em condições onde outras espécies sequer sobreviveriam, à sua versatilidade de usos, flexibilidade de plantio e à sua importância sociocultural representativa das populações. É explorada, basicamente, por pequenos produtores, em áreas marginais de agricultura. Tendo suas raízes usadas como alimento básico por largas faixas da população e consumidas como farinha, amido ou cozido (in natura). Por sua capacidade produtiva, pela qualidade do seu amido e da sua parte aérea, alcança novos mercados, tanto na indústria (alimentícia e química) quanto na alimentação animal (raízes e parte aérea). 


Serve como base para a alimentação humana (in natura e na fabricação de farinhas e polvinhos, entre outros) e para a alimentação animal, aproveitam-se tanto as raízes quanto a parte aérea. 



ESCOLHA DA ÁREA


- Locais com precipitação de 1000 - 1500 mm, bem distribuídos;
- Insolação de 12 horas/dia;
- Temperatura média de 25ºC;
- Solos profundos, não compactados, textura arenosa ou média e com boa drenagem;
- Terrenos planos ou levemente inclinados (10% de declividade), evitar áreas de baixadas com pouca drenagem/sujeitos a alagamento;
- Aproveitar restos da cultura anterior, onde já foram realizados correções e adubações.


PREPARO DO SOLO


- Atividades (aração/gradagem/abertura de sulcos e covas) devem seguir curvas de nível e remover o mínimo possível de solo;
- Enleirar os restos de cultura em nível;
- Realizar análise de solo para calagem e adubação adequadas.


TIPOS DE CULTIVO


Cultivo em faixas: são plantadas faixas alternadas com cultivos diferentes, em que a cultura a ser alternada com a mandioca protege mais o solo – por exemplo, milho, feijão, leguminosas para adubos verdes, entre outras;


Consorciação, policultivo ou cultivo múltiplo: sistemas de plantio em que, em uma área, usam-se diferentes culturas em determinado espaço de tempo. Tem-se a cultura principal, com um ciclo mais longo, e a consorciada (uma ou mais), de ciclo mais curto. Pode ser consorciada com uma série de outras culturas (arroz, milho, feijão, amendoim, batata-doce, hortaliças em geral, leguminosas para adubação verde, entre outras), tanto em sistemas de plantio de fileiras simples, devendo-se aumentar o espaçamento entre as linhas, quanto em fileiras duplas. Também a mandioca pode ser usada como cultura consorte em uma série de sistemas com culturas perenes ou florestas, como fruteiras, fruteiras nativas, eucalipto, etc., e também em sistemas agrosilvipastoris.


Plantio em leirões ou camalhões: facilitando a colheita da mandioca e controla a aeração do solo em áreas com baixa drenagem, reduzindo a ocorrência de podridão radicular. Os camalhões poderão ser feitos com passagens de arados em sentidos alternados, com o sulcador grande, também denominado de taipadeira, ou mesmo com enxada manual;


Cordões de contorno: consiste em plantar, dentro da mesma área, faixas adensadas de culturas mais vegetativas, seguindo as curvas de nível, ou seja, cortando as águas. Pode-se usar cana, capins, milho, entre outras.


VARIEDADES


- BRS Poti e BRS Mari, Kiriris e Aramari: cultivares que têm resistência à podridão-mole-da-raiz e boa produtividade;
- Aipim Manteiga: alto potencial produtivo, moderada resistência a cercosporiose e à podridão radicular; tolerância à mosca branca e à mosca das galhas;
- Brasil e Jaú: variedades que se destacaram para mandioca de mesa;
- Cacau: variedade com baixo teor de “veneno” (ácido cianídrico) e alta aceitabilidade do consumidor.
- Neilton e Imbé: variedades que se destacam pela produtividade total e comercial.


SELEÇÃO DE MANIVAS


Primeiramente faz a definição do mercado a ser atendido: mesa/in natura ou indústria (farinha, fécula e glicose, etc). Como critérios de seleção, recomendam-se:


- Eliminar as plantas doentes e atípicas;
- Elevada produtividade de raízes;


- Elevada resistências as principais pragas e doenças da região;
- Arquitetura favorável ao plantio mecanizado, consorciação, tratos culturais, colheita e aproveitamento de manivas-sementes (sem ramificação ou com primeira ramificação alta);
- Raízes pendúculo (ligação da raiz à maniva-semente) curto, facilita a colheita e separação das raízes;
- Raízes lisas ou com poucas cintas;
- Raízes bem distribuídas, uniformes e com tamanho comercial;
- Rama com pequena distância entre os nós;
- Lenta deterioração pós-colheita;
- Raízes com tendência horizontal;
- Elevada retenção foliar;
- Curto período entre plantio e colheita;
- Rápida brotação das manivas-sementes e crescimento inicial;
- Facilidade na soltura da entrecasca e a casca da raiz;


Para a retirada de manivas-sementes, têm-se os passos:


- Inspecionar constantemente o mandiocal onde serão coletadas as ramas, monitorando pragas e doenças;
- Evitar retirada de ramas doentes ou com pragas
- Escolher mandiocal com 10 a 12 meses de idade, ou seja, plantas maduras (a rama está madura quando diâmetro da medula for menor ou igual a metade de seu diâmetro)
- Tirar a rama da parte intermediária da planta, cortando 10cm do solo e eliminando a parte superior com folhas. Fazer prova do canivete: um pequeno corte, se sair seiva/leite rápido, a rama está apta ao plantio
- Tirar ramas com 2 a 3 cm de diâmetro, 20 cm de comprimento, contendo 5 a 8 gemas/olhos. 
- Coletar até 8 a 10 dias antes do plantio e evitar coletar ramas de plantas secas
- Cortar a maniva-mãe, eliminar excesso de galhos e preparar os feixes com 50 a 60 ramas, amarradas e colocadas num mesmo sentido. Para armazenar por mais de 30 a 40 dias, colocar no mesmo sentido, local fresco e sombreado, enterrar as bases 5 cm em solo afofado e molhado durante o período de armazenamento, depois cercar toda lateral com capim seco para proteção. Em sentido horizontal, retirar excesso de galhos e cobrir com capim seco.
- Não jogar os feixes de ramas no chão para evitar ferimentos ou danos as gemas de brotação
- Colocar os feixes em local fresco, sombreado, protegido de ventos quentes e secos até o preparo da maniva-semente


Quantidade de ramas:


Tirar a quantidade de ramas de acordo com o tamanho da área plantada, calculando a quantidade de manivas-semente por hectare:


Considerando o plantio no espaçamento de 1 m x 1 m, são necessárias 10.000 manivas-semente de 20 cm de tamanho. Serão necessárias 2000 ramas com tamanho médio de 1 m (cada rama de 1 m produz 5 manivas-sementes de 20 cm). Sugere-se adicionar 20% de reserva no caso de possíveis perdas durante a etapa de preparo e seleção da maniva-semente, resultando em 2,4 mil ramas de 1 m ou 48 feixes por hectare.


Recomenda-se utilizar um campo de produção de manivas-semente: reservar a melhor área, 20% do mandiocal ou área exclusiva, como campo de multiplicação. 



PLANTIO


Manual ou mecanizado. Recomenda-se para o primeiro plantio, arar e gradear a área para descompactar e destorroar a terra. Nos plantios subsequentes recomenda-se o sistema de plantio direto (SPD).


Plante no alinhamento em espaçamento de 1,2 metros entre linhas e 1 metro entre plantas para fileiras simples. Em fileiras duplas plante 2 metros entre fileiras duplas, 60 centímetros entre fileiras simples e 60 centímetros entre plantas;


Covas, sulcos, camalhões ou covas invertidas (matumbos). Camalhões são terraços feitos manualmente/mecanizados, com base de 40 centímetros e altura de 30 centímetros; matumbos são montículos isolados de terra, feitos manualmente, com diâmetro de 40 centímetros e altura de 30 centímetros;


Manivas-sementes na horizontal (deitadas), vertical ou inclinadas;


Colocar gemas/olhos voltados na mesma direção. Plantio na vertical/inclinada para áreas mal drenadas, em camalhões ou matumbos.



ÉPOCA DE PLANTIO


Recomenda-se no período das chuvas. Geralmente entre outubro até março, contudo esta muda de região para região. A falta de umidade causa perda na brotação e redução no enraizamento, e o excesso prejudica brotação e favorece podridão. 


CALAGEM 


Análise do solo, considerando os teores de cálcio, magnésio e alumínio trocáveis: fundamental para as recomendações de calagem e adubação;


Calcário em doses moderadas. 1 tonelada no máximo de cálcio e magnésio por hectare. Com objetivo de baixar a saturação por alumínio para 30%. O calcário dividido em duas partes iguais. A 1ª parte incorporada a 20 cm de profundidade e a 2ª parte junto com a gradagem. Esperar pelo menos 20 dias após aplicação do calcário para o plantio.


ADUBAÇÃO


- Recomenda-se 60 kilos de fosfato monoamônico (MAP) ou 70 quilos de superfosfato simples (SFS) por hectare;
- 15 kilos de uréia por hectare durante o plantio, ao lado da maniva-semente.
- Após 15 dias da brotação, 35 kg de uréia por hectare, em cobertura;
- 40 kilos de cloreto de potássio por hectare durante o plantio, na cova ou sulco. 
-2 kilos de zinco por hectare.


ADUBAÇÃO ORGÂNICA


- Pode-se optar pela adubação orgânica, utilizando  esterco de gado ou de aves, bem curtidos. Aplicadas na cova, sulco ou a lanço, no plantio ou com antecedência.
- Se utilizar esterco de gado aplique a quantidade de 1,5  tonelada.
- Se utilizar o esterco de aves, 2,2 toneladas por hectare. 


ADUBAÇÃO VERDE:


Pode-se realizar com mucuna preta, crotalárias, feijão-de-porco, mucuna branca, guandu, feijão-bravo-do-ceará, etc. Podem ser usadas em sistemas consorciados com a mandioca em fileiras simples ou dupla, ou em rotação.


Veja a seguir um vídeo explicativo sobre a adubação da mandioca. 



MANEJO


Manter roçado isento de mato, com capinas/roçagem manual, durante 150 dias após o plantio da mandioca, podendo chegar de 4 a 6 capinas até a colheita; 


Capina em linhas alternadas: capinar uma linha e saltar a outra, deixando-a sem capinar, e assim até o fim da área; depois de uma ou duas semanas, retornar e capinar as linhas que ficaram sem capinar;


Capina nas linhas e roçagem nas entrelinhas: controlar o mato nas linhas de plantio e nas entrelinhas fazer somente uma roçagem;


Amontoa: chegar terra para junto das plantas, com auxílio da enxada;


“Mulch”/cobertura morta: cobrir o solo em toda a área do mandiocal, linhas e entrelinhas de plantio, com resíduos vegetais ou vegetação morta (capins secos). Caso não haja disponibilidade de vegetação seca para toda a área, a cobertura morta poderá ser feita em linhas alternadas;


Roça Sem Fogo (ao contrário da roça de tocos): extrai retorno econômico dos recursos naturais existentes na vegetação de capoeira, como a lenha, carvão, caibros para construção civil, sementes, óleos, moirões para cercas, plantas ornamentais, artefatos para artesanatos e outros, deixando-se na área as espécies de importância econômica, como fruteiras, essências florestais, espécies melíferas, medicinais, oleíferas e outras, num espaçamento mínimo de 20 m uma das outras, para evitar o sombreamento da mandioca.


As capoeiras recomendadas para trabalhar variam entre 5 e 10 anos de idade, em solos bem drenados, sem ocorrência de pedras e com declividade de no máximo 10%. O preparo das áreas envolve as seguintes etapas de forma manual: 


Demarcação da área – abertura de picadas delimitando área de 50 m x 50 m, com o uso de facões;


Broca – a vegetação de sub-bosque é tombada em corte rente ao solo usando-se facões. Essa vegetação junto da copa dos espécimes lenhosos cortadas formam a palhada de matéria orgânica que permanece na área cobrindo o solo. 


Inventário – as espécies de interesse econômico, como plantas medicinais, fruteira e essências florestais, são inventariadas e mantidas na área em distâncias não inferior a 10 m entre elas;


Corte da vegetação lenhosa – os espécimes lenhosos com valor energético são tombados em corte rente ao solo, utilizando motosserra e machado.  Aproveita-se as varas/ caibros acima de 3,5 m de tamanho para venda às empresas de construção civil e o fuste das árvores é cortado em toras medindo 1 m de comprimento, para permitir a formação de medas de 1 m³ de lenha para comercialização ou fabricação de carvão. Corta-se árvore por árvore para facilitar o trânsito dos operadores e a retirada do material lenhoso; 


Picotamento da galhada – com facão e foice para fracionar e rebaixar a vegetação, cobrir o solo e facilitar o trânsito de trabalhadores na área bem como as operações de piqueteamento, abertura de covas e plantio da mandioca. 


Aceiro – limpeza e retirada de toda a biomassa para dentro da área a ser plantada, proveniente do rebaixamento da galhada, numa largura de até 5 m, em volta da área preparada para plantio, evitando incêndios para dentro do roçado de cultivo;


Abertura de covas e plantio da mandioca – realizado no início das chuvas, imediatamente após o preparo de área, no espaçamento de 1 m x 1 m;


Tratos culturais – aos 30 dias após a emergência da mandioca é realizado um desbaste das brotações dos tocos com uso de facões. Posteriormente, efetuar duas capinas das plantas invasoras conforme a necessidade nos primeiros 150 dias de plantio da cultura da mandioca. 


Sistema de Plantio Direto (SPD): sistema que envolve o não revolvimento do solo. A implantação da cultura é realizada diretamente sobre uma palhada dessecada, palhada essa residual de capina/roçagem ou plantio intencional para formação de palhada para ser utilizada como restos orgânicos.


COLHEITA


Pode manual ou mecanizado. Com 1 ou 2 ciclos de cultivo. Poda da parte aérea 20 cm acima do solo, arranquio e despencamento das raízes. Eliminar o pedúnculo, ou pequenos caules remanescentes. Deixar 20% da lavoura para ser colhida ou podada no próximo plantio, caso não utilizar de lavoura para manivas-sementes. O transporte deve ser feito no período máximo de 24 horas.



CONSÓRCIO


É possível fazer até dois plantios de culturas de ciclo curto durante o ciclo da mandioca, sendo apontados os espaçamentos em fileiras duplas de 2,00 m x 0,60 m x 0,60 m, ou 3,00 m x 0,60 m x 0,60 m.


Culturas anuais: Mandioca + feijão-caupi; Mandioca + milho; Mandioca + milho + feijão-caupi; Mandioca + melancia; Mandioca + abóbora;
“Sistema Bragantino”: fundamenta-se na rotação e consórcio dessas culturas, de forma que os agricultores possam produzir, continuamente, em uma mesma área, sem necessidade da derrubada anual e queima de novas áreas de floresta.




DOENÇAS:


Podridão-mole. Sintoma:  O amarelecimento e a murcha da parte aérea das plantas. Controle:  áreas cujo solo não seja bem drenado;

Podridão-seca.
Sintoma: semelhantes ao da podridão-mole. Controle: uso de cultivares resistentes e/ou tolerantes com práticas culturais adequadas, como o plantio sobre leiras para se evitar o acúmulo de água junto às plantas, adubação adequada, não ferir as raízes durante capinas e, também, a rotação de culturas com milho, arroz, feijão, entre outras.

Antracnose.
Sintoma: cancros elípticos e profundos nas hastes jovens e pecíolos. centros das lesões aparecem estruturas róseas. Controle: plantio de manivas-semente sadias.

Superalongamento.
Sintoma: alongamento exagerado das hastes tenras ou em desenvolvimento. Controle: seleção de manivassemente sadias para o plantio, de preferência oriundas de cultivares resistentes ou tolerantes. A rotação de culturas é outra boa técnica a ser adotada.

Bacteriose.
Sintoma: manchas angulares nos folíolos, de cor de palha na face superior e azulada na face inferior, de aparência aquosa, murcha das folhas e pecíolos, morte descendente e exsudação de goma nas hastes. Controle: cultivares resistentes seleção de material propagativo sadio e a adequação das épocas de plantio.

Viroses.
Sintoma: cloroses intensas entre as nervuras primárias e secundárias das folhas. Em casos severos da doença, é comum observar um forte retorcimento do limbo foliar. Controle: seleção de material de plantio sadio, de preferência oriundo de variedades resistentes e a eliminação de plantas afetadas dentro do cultivo. 


PRAGAS: aparecem na superfície das folhas, nos caules e nas raízes.

Mandorová. Sintoma: desfolhamento. A forma adulta do mandarová é uma mariposa de cor acinzentada, de hábito noturno. Controle: catação. Arar o terreno após a colheita, para eliminação de pupas do inseto. Rotação de culturas. Armadilhas para a captura de adultos. Aplicação de Baculovirus erinnyis: maceração de lagartas infectadas na lavoura, as quais se apresentam descoradas, com perda dos movimentos e da capacidade de se alimentar, encontrando-se dependuradas nos pecíolos das folhas. Para o preparo da “calda”, utilizar apenas as lagartas recém-mortas. As lagartas não usadas de imediato devem ser conservadas em congelador ou freezer e descongeladas antes do preparo da calda. A dose para pulverizar 1 ha é obtida usando-se: 8 lagartas grandes. Preparo da “calda”: 1) esmagar bem as lagartas infectadas, juntando um pouco de água para soltar o vírus; 2) coar tudo com pano limpo ou passar em peneira fina, para não entupir o bico do pulverizador; 3) misturar o líquido coado numa quantidade de 200 L de água por hectare a ser pulverizado; 4) aplicar o Baculovirus nas primeiras horas da manhã ou à tardinha. 


Ácaros. Sintomas: pontuações e manchas cloróticas, morte das gemas, algumas vezes deformações e queda das folhas. Controle: seleção de manivas sadias para o plantio; inspeções periódicas no cultivo para identificar focos de ácaros no início dos ataques e remover partes de plantas atacadas; uso de variedades de mandioca resistentes e/ou tolerantes; destruição dos resíduos da colheita anterior.


Mosca Branca. Sintomas: as folhas ficam amareladas, encarquilhadas, secam e caem. Presença de fumagina. Controle: adubação adequada na área de cultivo, além do plantio da mandioca em consórcio com culturas não hospedeiras; pulverização das plantas atacadas com detergente neutro adicionado ao óleo vegetal, ambos a 1% de concentração, dirigindo o jato para a porção inferior das folhas e repetindo a operação em intervalos de 5 dias, até minimizar a presença de adultos/ninfas. Vistorias regulares (monitoramento) para identificação de focos da praga.


Formigas. Sintomas: corte semicircular na folha, monticulos de terra/formigueiros. Controle:  manipueira no formigueiro: limpeza da área externa de cada formigueiro; depósito de 3 L do produto no olheiro principal; vedação do olheiro principal e dos demais olheiros do formigueiro para evitar a fuga das formigas.

Brocas-do-Caule. Sintomas: excrementos ou exsudatos deixados junto à base da planta ou próximo aos orifícios nas ramas.  As hastes podem secar e se partir. Controle:  observar periodicamente o plantio, durante períodos chuvosos e de temperatura mais elevada. Controle: destruição das hastes atacadas, com o uso de maniva-semente sadia. Utilização de armadilha para a coleta dos adultos.


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PROCESSAMENTO


Recepção: as raízes devem ser descarregadas em local coberto, porém arejado, preferencialmente com piso impermeabilizado;


Descascamento: mecanicamente, por um equipamento chamado de lavador-descascador, que possibilita simultaneamente a lavagem com fluxo contínuo de água e o descascamento das raízes. Se o descascamento for manual, deve ser feito, com o raspador ou faca de aço inox. Os cuidados com a higiene são fundamentais para que as bactérias não iniciem seu processo de proliferação. As cascas devem ser eliminadas da área de trabalho para evitar o aparecimento de insetos indesejáveis.;


Imersão em tanque com água por 15min:  lavagem para remoção de cascas ou impurezas remanescentes. Após a lavagem, as raízes limpas devem ser imersas em solução 0,5% de água clorada;


Trituração mecânica das raízes: transformação das raízes em massa. As raízes limpas devem ser levadas para o triturador, constituído por cilindros providos de lâminas serrilhadas, fixadas paralelamente entre si. 


Prensagem manual da massa triturada (deixar 30% de umidade no caso da farinha d’água):  comprimir a massa e reduzir ao máximo sua umidade. Existem vários tipos de prensas, sendo mais recomendadas as prensas de fuso e hidráulica.


Esfarelamento mecânico (desintegrar a massa): Ao sair da prensa, a massa apresenta-se na forma de blocos compactos. Antes do cozimento, deve-se efetuar o esfarelamento por processo manual ou mecânico. 


Cozimento: Escaldamento dura em torno de 20 a 30 minutos, e consiste em ir colocando gradativamente a massa triturada no forno previamente aquecido. O forneiro com o auxílio de um rodo vai mexendo a massa até atingir o ponto ideal. Para uma farinha torrada é necessário que a massa passe pelo processo de cozimento, do contrário ela não torra e sim seca ao forno. O sabor e textura dependem diretamente do grau de escaldamento. Durante este processo, acontece a formação de grumos por causa da fécula. Por isso, esta etapa tem a finalidade de dar uniformidade à granulometria da farinha. A malha da peneira será determinada pelo tamanho dos grãos que se quer obter.


Torragem: A massa esfarelada deve ser levada ao forno até ficar seca, apresentando aspecto crocante. Na maioria das casas de farinha, essa operação é realizada em 40 minutos.


Peneiramento (grossa, média, fina).


Classificação: Com o objetivo de atender as exigências do mercado consumidor e, por meio da oferta de produtos de melhor qualidade, obter maior valor comercial.


 A classificação da farinha obedece aos seguintes critérios: grupo, granulometria, classe e tipo.


Grupo: seca, d’água e bijusada.


Granulometria (subgrupo): fina, média e grossa.


Classe (coloração): branca e amarela.


Tipo: 1, 2 e 3. O tipo define a qualidade, quanto menor o número melhor é a qualidade da farinha.


Embalagem: São utilizados sacos de polipropileno com capa impermeável de proteção interna para dar durabilidade e proteger a farinha de contaminações. Os pesos mais utilizados são de 30 kg, 50 kg e 60 kg. São feitas embalagens em sacos plásticos resistentes e transparentes com 1 kg ou 2 kg, que são acondicionados em sacos de polipropileno de 30 kg. 


 


INSTALAÇÕES


A agroindústria de processamento da mandioca deverá ter muito bem definida suas divisões de acordo com a escala de produção e o processo de fabricação, mantendo espaço adequado entre os equipamentos para facilitar o trânsito da equipe de trabalho.


- Área de recepção;


- Área de trituração e prensagem;


- Área de processamento;


- Área de armazenamento e expedição;


- Instalações sanitárias.


Fontes:


https://www.bibliotecaagptea.org.br/agricultura/culturas_anuais/livros/CULTURA%20DA%20MANDIOCA%20APOSTILA.pdf 


https://www.embrapa.br/documents/1354377/1743416/Mandioca+no+Cerrado+orienta%C3%A7%C3%B5es+t%C3%A9cnicas.pdf/2df4d240-b1b5-4107-84ed-12f85305ec67?version=1.0 


https://sistemas.ifgoiano.edu.br/sgcursos/uploads/anexos_9/2018-03-06-10-32-47Rickson%20C%C3%A2ndido%20de%20Souza.pdf   


https://www.douradosagora.com.br/noticias/tecnologia/sistema-de-plantio-direto-na-lavoura-de-mandioca-e-mais-sustentavel-e-rentavel 


https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPMF-2010/26716/1/comunicado-133.pdf


https://www.embrapa.br/documents/1354377/1743416/Mandioca+no+Cerrado+orienta%C3%A7%C3%B5es+t%C3%A9cnicas.pdf/2df4d240-b1b5-4107-84ed-12f85305ec67?version=1.0


https://www.ufrb.edu.br/pgea/images/Teses/FRANCISCO_DE_ASSIS_GOMES_JUNIOR.pdf 


https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/173763/1/folder-Variedades-Mandioca-Ainfo.pdf 


 

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