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A cultura do milho - Parte 3


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10) Capina


• A capina é realizada de forma manual, contudo podem ser utilizadas máquinas para tal;


• A capina é importante para reduzir o ataque de pragas e também para economizar no uso de adubos;


• A utilização de cobertura morta de solo em sistema de plantio direto pode reduzir consideravelmente o aparecimento de ervas daninhas;


• É muito importante não causar nenhum tipo de machucado (dano físico) às plantas no momento da capina da amontoa;


• O milho é mais afetado pelas plantas espontâneas nas primeiras semanas após a sua emergência, portanto é fundamental realizar a capina nos seguintes momentos:


• Primeira capina e coroamento: Realizar entre 20 e 25 dias após seu plantio. Realizar a amontoa no mesmo dia;


• Segunda capina: Realizar entre 40 e 50 dias após seu plantio, geralmente as plantas estão com 50cm de altura. Realizar a amontoa no mesmo dia;


• A amontoa é a técnica onde retira-se terra da entrelinha para colocar no pé dos milhos. O ideal é realizar a amontoa de 5cm de altura, ajudando a planta a se firmar mais no solo;


• Utilize as plantas espontâneas retiradas para forragem animal ou compostagem.


11) Principais pragas e medidas de controle


A) Afídeos


• São insetos bem pequenos e sugadores, que geram uma mela nas folhas. Além de tirar a vitalidade da planta, podem servir de porta de entrada para doenças;


• Prevenção e controle: 


1) Utilize calda natural de sabão neutro e óleo mineral para controlar a praga;


2) Plante culturas variadas nas entrelinhas ou arredor do cultivo para que ocorra um controle natural desses insetos; 


3) Controle plantas daninhas.


 


B) Cupins


• São insetos que causam a murcha e até o tombamento, tanto de plantas jovens quanto de plantas mais desenvolvidas; 


• Sinais de sua presença são túneis e galerias de cupins próximo às raízes;


• Raízes e caules podem apresentar danos visíveis;


• Prevenção e controle: 


1) Invista tempo para melhorar a qualidade do seu solo, com a adubação correta de acordo com a análise de solo. 


2) Mantenha um bom níveis de matéria orgânica, pratique rotação de cultura; 


3) Destrua os cupinzeiros;


4) Destrua plantas afetadas.


 


C) Lagarta-rosca (Agrotis ipsilon)


• Lagarta de cor marrom-acinzentada que se enrola quando tocada. Mais ativa à noite, corta folha novas rente ao solo, faz perfurações no colo e causa o coração morto (morte de folhas centrais);


• Prevenção e controle:


1) Tratamento de sementes e eliminação de daninhas que são o abrigo de suas larvas (caruru e língua-de-vaca);


 


D) Lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda)


• A lagarta possui três listras no dorso de cor branco-amareladas e apresenta cerdas pretas ao longo do corpo;


• A lagarta raspa a folha e em seguida penetra e destrói o cartucho, causando sérias perdas na lavoura;


• O ataque geralmente ocorre em plantas com duas a oito folhas, geralmente na quarta folha;


• Prevenção e controle:


1) Realizar o controle com o agente biológico Baculovirus spodoptera;


2) Preservar tesourinhas e bichos lixeiros em sua plantação, pois eles são inimigos naturais dessa lagarta e outras pragas.


 


E) Cigarrinha-do-milho


• A cigarrinha adulta possui entre 3 e 4 mm, com coloração verde-clara, com duas marchas na cabeça e duas fileiras de espinhos. Suas ninfas são amarelas;


• Pode transmitir doenças, como o vírus-do-raio fino e enfezamentos;


• Causa a mudança na cor das folhas para avermelhada e amarelada, ao sugar a seiva da planta. Causa a murcha e a morte das folhas.


Prevenção e controle:


1) Utilizar cultivares resistentes;


2) Fazer a capina de plantas daninhas;


3) Fazer rotação de cultura; tratar sementes;


4) Realizar o plantio antecipado. 


 


F) Lagarta-da-espiga (Helicoverpa zea)


• Lagarta com cor marrom, verde ou branco sujo, possui listras longitudinais escuras ao longo do corpo;


• Pode causar danos na ponta da espiga, destruir o cabelo do milho, e atrapalhar a granação.


• Prevenção e controle: 


1) Manter a lavoura com diversidade de plantas;


2) Liberação de Trichogramma pretiosum, que é um inseto agente de controle biológico.


 


G) Outras pragas de importância são: 


• Larva-alfinete (Diabrotica speciosa)


• Lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus)


• Mosca da espiga (Euxesta sp.)


• Percevejo-barriga-verde (Dichelops furcatus)


• Traça-dos-cereais (Sitotroga cerealella)


• Gorgulho-do-arroz (Sitophilus zeamais)


12) Principais doenças e medidas de controle


12.1) As principais medidas de controle para as doenças em milho são:


• Utilizar cultivares resistentes


• Tratamento das sementes;


• Retirada das daninhas;


• Espaçamento adequado;


• Rotação de cultura.


12.2) Em áreas com histórico de doenças fúngicas, utilize técnicas para a rápida emergência das plântulas:


• Semente de boa qualidade;


• Plantar em períodos de alta temperatura;


• Profundidade da semeadura: máximo 3 cm;


• Adequado teor de água no solo;


• Solo com boa drenagem;


• Solo corrigido e adubado de acordo com a análise de solo e orientação profissional;


• Elevado teor de matéria orgânica.


 


A) Antracnose-do-colmo (Colletotrichum graminicola)


• Geral lesões na forma de estrias escuras, dispostas longitudinalmente nas bainhas das folhas e nos colmos. Gera folhas basais amareladas e murcha das apicais;


• O patógeno sobrevive a restos de cultura, por isso deve-se eliminar os restos culturais em caso de ataques da doença;


• A doença se desenvolve mais em locais com momentos longos de tempo nublado e temperatura moderada e também em períodos secos antes do aparecimento das flores;


• Prevenção e controle: 


1) Rotação de cultura;


2) Tratamento de sementes;


3) Cultivares resistentes;


4) Aração e gradagem.


 


B) Enfezamento-pálido (Spiroplasma kunkelii) e Enfezamento-vermelho (fitoplasma)


• Enfezamento-pálido: São bactérias que causam prejuízos na produção de grãos (ficam pequenos e chocos), gerando folhas com faixas brancas na sua base e redução do tamanho dos internódios;


• Enfezamento-vermelho: Os ápices e margens das folhas ficam pálidas e em seguida avermelhadas, os grãos ficam pequenos, há a geração de espigas múltiplas. 


Para as duas doenças:


• É transmitida por cigarrinhas;


• A doença se desenvolve melhor em ambiente com temperatura média ao longo do dia de 31° e a noite de 25°C.


 


C) Ferrugem-comum (Puccinia sorghi


• É uma doença que se apresenta inicialmente em folhas basais, apresentando manchas alongadas de cor marrom-claro que podem se romper formando uma fenda;


Gera seca antecipada das folhas;


• Também causa sera redução do tamanho dos grãos;


• A doença permanece em restos culturais e também em trevo silvestre (Oxalis sp.);


Disseminada pelo vento;


• A doença se desenvolve melhor em ambientes com temperaturas baixas (16-23°C) e alta umidade;


• Prevenção e controle: 


Rotação de cultura;


Eliminar plantas de trevo;


Utilizar cultivares resistentes;


Evitar excesso de adubação nitrogenada.


 


D) Outras doenças importantes:


• Ferrugem-branca (Physopella zeae);


• Ferrugem-polissora (Puccinia sorghi);


• Helmintosporiose comum (Exserohilum turcicum = Helminthosporium turcicum);


• Mancha-de-cercospora (Cercospora zeae-maydis);


• Pinta-branca (Phaeosphaeria maydis);


• Podridão-branca-da-espiga (Diplodia maydis);


• Podridão-da-espiga (Fusarium moniliforme).



Referências


500 perguntas e respostas: Milho – Embrapa 


JUNIOR TRAZILBO JOSÉ DE PAULA,  VENZON MADELAINE Milho (Zea Mays L.). 101 culturas: manual de tecnologias agrícolas - Belo Horizonte: EPAMIG, 2019.


 


 

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