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A cultura do Lúpulo – Parte 3


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10) Colheita


> Quando cones estão maduros;


> Feita de forma manual no Brasil;


> Colheita mecanizada: Testes vem sendo feitos no Brasil, com bons resultados. Em países com grandes plantios, a colheita e seleção são mecanizadas;


> Rendimento no Brasil: de 1 a 2,5 kg/planta de lúpulo fresco, ou seja, de 2.000 a 5.000 kg por hectare;


> Mão de obra necessária: cerca de 16-20 pessoas por hectare (colheita e seleção manual);


10.1) Ponto da colheita


> Principal sinal: ao apertar o cone ele faz um barulho quebradiço, parecido com quando amassamos palha seca;


> Cone tem que estar ainda verde;


> Se cone estiver amarelando, já passou do ponto de colheita;


 


> Janela média de colheita: 14 dias;


10.2) Metodología


> Para colheita: cortar fio de náilon que dão suporte para a parte aérea da planta;


> Devemos manter o cabresto no solo que será reutilizado para o próximo plantio;


> Dois operadores devem trabalhar em conjunto:


- Um operador deve soltar a planta do arame secundário no cume da estrutura de sustentação, para isso ele sobe em uma escada ou andaime e corta a planta, ou utiliza uma ferramenta com cabo longo para ceifar a planta;


- O outro operador, estando no chão, vai cortar a parte debaixo da planta, à 1,5m de altura, e transporta a planta para um recipiente;


Posteriormente corta-se o restante da base da planta (geralmente essa parte abaixo de 1,5 não possui cones para serem coletados);


> Levar para sala de processamento a planta colhida no recipiente, carreta, ou outro objeto de transporte;


> Realizar a colheita manual dos cones, para isso a planta deve estar sobre mesas feitas com telas



Imagem 9: Seleção e retirada de cones em mesa de tela


Fonte: SPÓSITO, 2019


11) Pós colheita


> O lúpulo pode ser utilizado/comercializado de 4 formas: In natura, desidratado, moído e peletizado;


> Rápida deterioração à temperatura ambiente, para evitar isso e manter a qualidade do produto, é realizar o processamento imediato, onde é necessário estabilizar os cones;


 


11.1) Estabilização


> Existem diferentes formas de processar/estabilizar os cones.


> Estabilização por secagem a quente: cones são colocados em estufa à 55 – 65°C até atingirem de 9 a 11% de umidade (método mais comum e viável);


> Secagem a frio por exaustão, onde um motor de exaustão e gavetas de tela são utilizadas. Este processo de secagem é mais demorado, contudo pode ser mais acessível;


> O uso de insufladores do ar ambiente é uma alternativa, contudo não gera a mesma qualidade que as estufas;


> Estabilização por congelamento: em freezer à -10°C (método menos viável e menos comum);


> O uso imediato do lúpulo no processo de fabricação da cerveja (fresh hopping) é outra alterativa;


> Peletização: o lúpulo desidratado é moído e então peletizado em máquina específica.


11.2) Armazenamento dos cones


> Após o processamento, o material tem que ser armazenado à vácuo em embalagens metalizadas, para não degradar as substâncias;


> Para comercializar os cones frescos isso é necessário ter uma escala de colheita e transporte muito bem organizada e estruturada.



12) O Lúpulo Brasileiro


> O Brasil possui até o momento uma única associação de produtores, a Aprolúpulo (Associação Brasileira De Produtores De Lúpulo), que possui mais de 170 associados, distribuídos pelos 13 estados do país, envolvendo agricultores, professores universitários e importantes empresas do setor privado; 


> Até o momento, a grande maior parte do lúpulo consumido nacionalmente, é importado;


> A cada ano, a produção do Lúpulo Brasileiro vem aumentando, juntamente com a produção de cervejas artesanais;


> As diversas oportunidades de inovação na cervejaria, graças à produção nacional, podem trazer novos sabores e odores, diversificando e agregando valor às cervejas preparadas com o lúpulo plantado aqui;


> Oito viveiros estão autorizados para a venda de mudas, estando credenciados no Registro Nacional de Sementes e Mudas (RENASEM);


> Possuímos 48 variedades legalizadas para o plantio até o momento, mas boa parte está em fase de estudo quanto ao comportamento no campo;


> O Brasil possui sua própria cultivar, chamada de Mantiqueira.


12.1) Inovações tecnológicas para o plantio no Brasil:


> Tecnologia para produção no Brasil: Como o tempo de exposição ao sol não é tão longo quanto o que acontece no verão de países europeus e nos Estados Unidos, produtores do Brasil tem usado iluminação artificial para completar o fotoperíodo das plantas;


> A iluminação artificial pode gerar aumento significativo da produtividade, além de permitir duas safras ao ano;


> Um maior espaçamento entre as fileiras vem sendo utilizado para aumentar o índice de iluminação nos cultivos (4 metros).


 


Assista o vídeo abaixo e conheça mais sobre o Lúpulo brasileiro


https://globoplay.globo.com/v/9579156/ 



Referências:


FAGHERAZZI, Mariana Mendes. Adaptabilidade de cultivares de lúpulo na região do planalto sul catarinense, SC. 2020. Tese (doutorado) – Centro de Ciências Agrárias, Pós-Graduação em Produção Vegetal, Universidade do Estado de Santa Catarina, Lages, 2020. 


A cultura do Lúpulo


SPÓSITO, Marcel Bellato et al. A cultura do lúpulo. Série Produtor Rural, n. 68, 2019.


DODDS, Kevin A. Hops: a guide for new growers. New South Wales Department of Primary Industries, 2017. 


ROSSBAUER, G. et al. Phänologische Entwicklungsstadien von KulturHopfen (Humulus lupulus L.). Nachrichtenblatt des Deutschen Pflanzenschutzdienstes, Stuttgart, v. 47, n. 10, S. 249-253, 1995.


KNEEN, R. Small scale and organic hops production manual. British Columbia, 2003. 


 

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